terça-feira, 26 de agosto de 2008

A Armadura de Deus

Estudo XIII - A ARMADURA CRISTÃ



Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”. (Efésios 6:13)




Verdade Prática:
Não perca de vista o objetivo de Paulo ao falar de toda a armadura. O apóstolo menciona pelo menos seis artigos que compõem essa armadura. Precisamos de todos eles, porque todos são preparados e fornecidos por Deus como um conjunto, e não temos condições de negligenciar uma parte sem enfraquecer toda a armadura.

Cingindo-vos com a Verdade” (Efésios 6:14)

Que é a verdade? (João 18:38). Pilatos fez a Jesus talvez uma das mais importantes e freqüentes perguntas da vida. A humanidade tem-se debatido com a mesma pergunta ao longo da História.

a) Qual o conceito bíblico de verdade? (Isaías 65:16; Salmos 43:3; João 17:17; João 14:6)
A visão cristã da verdade não é apenas um conceito. Para o cristão, a verdade é uma Pessoa: Jesus Cristo, em quem é revelada “toda a plenitude de Deus”(Efésios 3:19) e da Sua verdade. A verdade que existe em Jesus é uma verdade salvadora, redentora: requer a morte para o pecado e a vida de justiça, integridade moral, coerência espiritual e fidelidade às expectativas de Deus em todas as relações. A verdade não envolve só o que cremos, mas também o que fazemos. Unicamente um compromisso com Cristo pode armar cada um de nós com a verdade em um mundo de pecado e engano.

No tempo do Novo Testamento, os soldados romanos amarravam um cinto ao redor da cintura para erguer a roupa a fim de poderem marchar sem empecilhos. O cinto do cristão é a verdade. Jesus, a verdade, deve envolver todo o nosso ser a fim de que aquilo que somos por dentro ou por fora não se torne um impedimento em nossa guerra espiritual. Nossa conversa e nossa conduta, nossa adoração e nosso trabalho revelarão que estamos submissos Àquele que é a verdade e em quem não existe variação.

b) A couraça da justiça: (Efésios 6:14)

A segunda parte da armadura cristã é a couraça da justiça. Se a verdade de Deus, como é revelada em Cristo, forma a fundação da vida e da integridade cristã, essa vida precisa ser defendida pela couraça da justiça. Os soldados romanos vestiam uma grande placa de metal desde o pescoço até a coxa para proteger os órgãos vitais contra os ataques do inimigo – mais ou menos como os colete à prova de balas de hoje. A vida cristã não é protegida por uma couraça feita de metal, mas pela justiça que tem sua fonte e significado em Deus.

A justiça é uma característica distintiva do próprio Deus (Isaías 59:17, Romanos 3:26, 2 Timóteo 4:8), e isso foi revelado por Cristo, que nos redimiu do pecado. Foi por essa justiça revelada em Cristo que Deus nos justificou- isto é, Ele nos declarou justos e perdoou nossos pecados. Assim, a justiça de Cristo torna possível um relacionamento correto com Deus. Então, seguramente, não existe maior proteção contra os ataques de Satanás que do estar em uma relação correta com Deus.

c) Cristo, nossa Justiça, é, portanto, nossa Couraça:
Ser justo é ser semelhante a Cristo em obediência à lei de Deus, em retidão moral, em uma vida de correção e integridade, estendendo o amor de Cristo a todos.

Para os Pés, o Evangelho da Paz: (Efésios 6:15)

Paulo estava usando a imagem militar.
Os soldados romanos usavam um tipo de calçado que assegurava forte aderência ao chão durante o combate. Soldados não podem escorregar e cair em plena batalha contra os inimigos. Igualmente, os cristãos também precisam estar firmes e inabaláveis na verdade do Evangelho e fim de serem vitoriosos na guerra espiritual.

Se os pés são o nosso fundamento, e precisam dar firmeza para que todo o corpo permaneça estável, não devemos ficar admirados de que o Evangelho da paz seja o fundamento do que cremos. Realmente, não importa quão importantes sejam as outras verdades que nos foram dadas, tudo precisa descansar no fundamento da mensagem do Evangelho da salvação pela fé em Jesus Cristo. Se não tivermos esse fundamento, tudo mais se desintegrará.

O Escudo da Fé: (Efésios 6:16)

O escudo romano media cerca de um metro de altura por meio metro de largura. Era feito de madeira e couro forte, com armação de ferro. Com escudo em uma das mãos e a espada na outra, o soldado estava equipado tanto para a defesa como para o ataque. A fé em um Deus infalível nos dá confiança absoluta para resistirmos a Satanás com toda coragem. O próprio Deus “escudo para os que nEle confiam” (Provébios 30:5).

Na guerra cristã a fé é uma arma fundamental. Protege a vida e todo corpo do cristão. Hebreus 11 é a demonstração inquestionável de que sem fé é impossível agradar a Deus, combater o inimigo ou fazer a jornada espiritual. Fé, não como sistema de crenças, mas no sentido de confiança em Deus. Isso nos ajuda não só a superar os ataques do diabo, mas também a obter a “vitória que vence o mundo” (1 João 5:4).

O Capacete da Salvação: (Efésios 6:17 e 1 Tessalonicenses 5:8)

No tempo de Paulo, o capacete, feito de metal duro, como bronze ou ferro, era o equipamento padrão dos soldados. Nenhuma espada poderia corta-lo.
O mesmo acontece na guerra cristã. Os crentes devem usar capacete para proteger o centro da vontade, pois ali são tomadas sérias decisões sobre onde devem estar sua lealdade e suas esperanças. Paulo identifica esse capacete como a salvação que nos é dada por Cristo.

A Bíblia ensina que Satanás foi derrotado por Cristo. Embora nós, que somos falíveis, sejamos vulneráveis aos ataques do inimigo, também podemos fazer uso do escudo que Cristo nos oferece por meio da Sua vitória. A chave é a completa disposição de nos submeter à autoridade de Cristo e nEle confiar. Que Deus seja Louvado, Amém!

domingo, 17 de agosto de 2008

Comunhão e Conduta Cristãs

Estudo XIV - COMUNHÃO E CONDUTA CRISTÃS

“Orando em todo tempo no Espírito e para isso vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6:18)

A Palavra e o Espírito:

Tomai... a espada do Espírito que é a Palavra de Deus” (Efésios 6:17)
A palavra de Deus é fundamental para a vida cristã. Sem ela, não saberemos quem é Deus, quem somos, como viemos a existir, como somos salvos do pecado, nem qual é nosso destino final. A história dá testemunho de que onde a Bíblia foi abandonada, mesmo que por um breve período, trevas de imensa magnitude assumiram o comando. Isto é verdade na vida individual, como também na Igreja como um corpo.

A revelação de Deus é vista de diversas maneiras (Hebreus 1:1-3). A maravilha dos céus, as belezas da natureza e as maravilhas da vida dão testemunho do Deus criador (Salmos 33:6-9). Mas a revelação de Deus por Seu Filho Jesus e pela Palavra escrita são inigualáveis no sentido de que a primeira nos traz salvação do pecado, e a última dá testemunho do ato salvador de Jesus. Desse modo, a Bíblia nos faz sábios “para salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3:15).

A espada e a batalha:

Em Mateus 4:1-11, Jesus nos deu um exemplo de como podemos confiar na Palavra de Deus na guerra contra Satanás. Sua experiência no deserto nos ensina duas lições importantes:
Primeira, a guerra espiritual é real, e nenhum dos filhos de Deus pode escapar da sua realidade ou da violência de Satanás. Segunda, não é suficiente conhecer a Palavra; devemos conhecer o Autor da Palavra e ter confiança em Suas promessas. Satanás tentou usar a Palavra para lançar dúvidas sobre as promessas e propósitos de Deus, mas Jesus confiava na Palavra e seguia o caminho de Deus.
O soldado cristão deve usar essa Palavra, “viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes”(Hebreus 4:12), para penetrar e cortar, discernir o certo do errado e distinguir entre a voz de Deus e as sugestões do diabo. É isso que faz da Palavra uma arma tanto de defesa como de ataque.

A oração e a guerra cristã:

Embora Paulo não tenha incluído a oração como parte da armadura cristã, o apóstolo reconhece que esta é indispensável para a vida e vitória cristã (Efésios 6:18).
A oração não é só um princípio essencial para a vida cristã diária; ela também tem uma dimensão escatológica. A oração dá não apenas forças para hoje mas também esperança para as provas do tempo do fim. Uma vida protegida como armadura de Deus, verdade, justiça, paz, fé, salvação e a Palavra- e ligada a Ele em oração- pode ser mais que vitoriosa sobre o mal.
A oração do Getsêmani, em que Jesus derramou o coração em agonia para conhecer e obedecer a vontade de Deus, preparou-O para a batalha decisiva da cruz (Mateus 26:36-46).

A oração e vitória cristã: (Efésios 6:18-20)

Nos sistemas não-bíblicos, a oração é a busca do ser humano por Deus, uma procura pelo desconhecido. Na Bíblia, a oração é nossa resposta à Palavra de Deus.
A oração freqüentemente é associada com necessidades pessoais, nossos filhos, nossa família. Quanto mais próxima estiver uma pessoa do nosso coração, mais freqüentemente pensaremos nela em nossas orações. Isso é natural, e não existe nada errado aí. Mas é errado quando a oração se limita só àquele círculo interno e não se expande para incluir os vizinhos, a comunidade, a igreja e, acima de tudo, o apressamento do reino de Deus. A oração pelos outros não significa que devamos ser magnânimos, mas reconhecer que a família de Deus é mais inclusiva do que a natureza humana nos faz crer.
Paulo pediu aos efésios que orassem para que ele fosse uma testemunha corajosa de Cristo e que fosse ousado para falar, como cumpria faze-lo. Que percepção poderosa da mente de alguém que estava morto para o eu!
Orai sem cessar”(1 Tessalonicenses 5:17) exige que ordenemos a vida de acordo com a prioridade de Deus, para que em qualquer hora e qualquer lugar estejamos sintonizados com a vontade e os propósitos de Deus, e nossa vida se torne uma oração, um testemunho.
Entre as suas prioridades, qual é a posição da oração? Que mudança você teria que fazer em sua vida a fim de dar à oração a prioridade que ela deve ter?

Caráter Cristão: (Efésios 6:21-23)

Paulo concluiu a epístola assim como começou: com uma saudação bondosa em nome de Jesus.
Os versos finais da epístola afirmam três características maravilhosas do caráter cristão:

Um companheirismo comum:
Com palavras ternas, Paulo apresentou aos efésios o mensageiro que levaria sua mensagem – Tíquico. Antes do encontro com Jesus na estrada de Damasco, Paulo não podia ter dito aquelas palavras sobre Tíquico. Mas, no Cristo crucificado, Paulo viu desmoronarem os muros entre os judeus e os gentios. Ele aceitou Tíquico, um converso gentio, como irmão amado e ministro fiel. Nessa aceitação, vemos a glória de um companheirismo comum.

Uma preocupação comum:
A comunidade em Cristo ultrapassa todos os tipos de fronteiras para afirmar uma preocupação comum. A Igreja apostólica tinha uma troca de saudações personalizada, compartilhando notícias e ajudando nas necessidades das outras congregações. Preservando esse costume, Paulo informou aos efésios que Tíquico daria um relatório oral das condições em Roma. Essas preocupações contribuem para a consciência global no meio das Igrejas.

Uma herança comum:
A herança cristã é imperecível, e vem da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. O discipulado cristão pede uma permanência na relação entre os crentes e o Senhor. Os que têm essa relação de amor eterno, permanente com o Senhor, são os que recebem a herança de paz, amor, fé e graça. Com essas palavras, cada uma representando uma pedra preciosa na sala do trono de Deus no céu, Paulo encerrou a epístola.
A oração é a respiração do cristão, o conduto de todas as bênçãos. Quando a pessoa arrependida faz sua oração, Deus vê suas lutas, observa seus conflitos e percebe suas sinceridades.
Quanto mais vezes você se empenhar em oração, mais será atraído em sagrada proximidade de Deus. Que Deus seja Louvado, Amém!